A cidade desencadeia

Se tem um lugar que me desconstrói, é São Paulo. Aquilo me deixa sem grana, mas sem tédio; com as batatas das pernas queimando e o coração dolorido (e vice-versa); o pulmão acinzentado e os olhos coloridos; com uma pressa que não é minha e com a roupa encardida de sonhos. Nunca passo por São Paulo incólume (nem por apenas 4 dias). A cidade me desencadeia ilusão, medo, uma alegria estranha e a morte de algumas saudades por um tempo; me abastece. Tem um vício nisso. Um pedaço de mim fica lá e um pedaço de tudo aquilo vem comigo, ora como uma bola de ferro amarrada aos pés, ora como ressaca, ora como um par de asas ou uma epifania.

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