não amar um muro

amei saber que aqueles óculos embaçam com outra coisa além da fumaça do café. eu achava que ele era de ferro; que não sentia. que fosse indiferente às poncãs. fiquei satisfeita e não é crueldade minha. não foi a dor dele que me deixou leve. agora eu sei que não amo um muro ou uma máquina de lavar roupa. agora eu sei que não fui fiel a um pedaço de sexo, e que abraço e desabamento não são exclusividades minhas nessa dupla. agora sim eu me entrego de vez, porque eu só confio em quem mostra o que tem por dentro sem esforço.

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