Um homem triste

Jamais pedi, em minhas preces, para amar um homem triste. Mas ele veio. Triste, daqueles que nem sabem sorrir pra foto; fica aquela boca programada. Veio e trouxe-me uma poncã e fez com seus cílios uma ponte.
Eu nunca pedi que a vida me reservasse um homem triste para me ter e me dar amor; mas também nunca pensei o quanto ele poderia me deixar sem ar. Gente com muitos desejos faz isso. Gente que detesta esperar para ser feliz. É que gente que quer se preencher e não se contenta com pouco sorri menos do que a gente deve. Só isso.
Quando eu vi este homem triste pela primeira vez foi pela fotografia. Ele olhava longe, sem programar a boca, porque estava sério, como quem cultiva uma ideia, precisa de um café e de uma estrela. Aí, quando ele veio, disse que procurava mesmo uma estrela e que isso o trouxe até mim. Eu tive febre. Pensei um segundo, afinal, era um homem triste. Precisei de um café para me recompor e de um beijo para ir adiante.
Ele diz que hoje não há homem mais triste e ao mesmo tempo mais feliz que ele e que sou meio responsável por isso. Eu tive febre.

Comentários

  1. Como tudo o que você escreve, encanta...Não sabia desse blog. Que produtividade, hein? Sempre disse: você trabalha muito, menina. Abraços e felicidades. Gostei.

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    1. Shigueyuki, querido, obrigada, viu? Sempre om contar com seu apoio. beijão!

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  2. Bem, amigo Shigue, eu também não sabia deste espaço da escritora. Virei sempre visitá-lo. Material bom assim a gente fica até querendo gostar do homem triste.

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    1. Rita, queridaaaa! superbeijo! Venham sempre aqui, é uma honra pra mim receber visitas como as de vcs!

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