dizer

neste momento, é preciso convencer a palavra de que a boca não é traição, a boca não é revanche, não é desdém, não é reflexo, não é consolo. a boca é uma porta, é um remédio; é um salto no escuro iluminado pelas colagens de planetas e estrelas no teto e é uma nave livre, de que a palavra, ávida, se vale a fim de ser reparada. a boca agora, eu sinto, é uma fonte inquieta das realidades. é preciso fazer com que a língua se esparrame e se satisfaça. é preciso dizer, por música, por texto ou pela fala. o ouvido e a cabeça não dão mais conta de segurar o rojão sozinhos.

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