invariável

estamos onde deveríamos estar. nem um quilômetro a menos, nem um deslize de afeto a mais. eu tento me convencer disso todo dia, porque a memória dói um pouco quando eu volto no tempo e assisto a trajetória invariável que nos aconteceu. subjetivamente, da minha parte, porém, é um outro negócio que acontece. todas as vezes que eu me despedi cresceu um buraco; ruminei aquele vazio que indica que corpo e cama só não bastam. então, eu percebo que gosto do seu jeito, da sua fala, do seu nariz e de mais coisas, e reparo que isso é um caminho pro ponto final. díspar. vai contra o que, pra maioria, seria o curso natural das coisas. mas coisas desse tipo são surpreendentes e intempestivas. difícil. porque a única proteção que eu tenho é o coração. e ele não tem noção (nem anseio) de fim. como também não se atenta em me orientar no passo, no caminho pro desgosto, na rota pra sintonia.

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