Exercício

Até hoje não descobri o que me alimenta a palavra. Achava que era tristeza, mas um dia fiquei tão triste que palavra saía do olho e secava. Achava que era euforia, mas num momento de ápice, a palavra travou. Depois, pensei que fossem as paixões, mas elas andam tão passageiras, e a palavra vai junto, no embalo. Talvez a fúria. Não. O amor? Talvez a insatisfação com a falta dele ou a imaginação acerca do que ele pudesse ser, como força díspar que é dentro de um indivíduo. Ou talvez ainda a instabilidade que as partidas e as pessoas que apenas passam me provoca seja o estopim. Talvez escrever seja mesmo um exercício pra tentar compreender a efemeridade. Porque tem aquele desejo de que só as coisas ruins passem. Mas não é bem assim, a gente sabe.

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