o tempo

eu tentando recuperar o tempo perdido, mais tempo ainda perdi. o erro foi se espalhando pelo trajeto, tomando conta de tudo, disfarçado de satisfação efêmera. tempo não é relógio e nem mesmo o período poético entre o nascer e pôr do sol serve de medida metafórica. tempo está mais para sensibilidades adquiridas, que para ponteiro. e eu aprendi que tempo perdido não se recupera; seguimos adiante, com a dádiva futura que ainda nos resta. eu sigo, diante da constatação (morosa, porém categórica) de que meu tempo falava comigo sempre e eu fingia não ouvir, porque o erro ia gritando, histérico. "sou seu", sussurra o tempo, e agora ouço.

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