a lâmpada elétrica, a roda, o radiodifusor

Eu estaria disposta. Gostei daquilo que você pareceu, do que mostrou. Se era invenção, me foi uma lâmpada elétrica, uma roda, um radiodifusor. Eu me poria desperta, para ir. Com medo mesmo. A estrada é uma metáfora. Com tempestade ou com um pôr do sol magnífico; caminhões de cana de açúcar ou motocicletas Harley Davidson; paisagens de jacarandás-mimosos e ipês floridos, ou a escuridão densa da noite. Iria, apenas. Sem saber exatamente o que, do outro lado, é real ou invenção (sua ou minha). Sem saber se o que há do outro lado basta. Sem saber direito se o que há do outro lado atenderia o que me move. Eu sempre me movo em busca de afeto. É amor que me move. Não havia, talvez nunca houvesse. Mas e se? Toda estrada proporciona alguma oportunidade; nesse caso: vencer meu medo, falar dos medos, estender a mão, emprestar e receber o abraço, conhecer o beijo, comentar a vida, encorajar sonhos, saber um pouco mais do outro. Mesmo que por um ou dois dias. Na vida, a gente pode mapear alguns caminhos iniciais. O que nos caberia seria adentrar a estrada. A única previsão: a localidade. Mas os rumos, bem, isso seria depois. 



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