poncã

é aquele ali, que me desencadeia um surto poético semanal, quase um sarau neurótico, uma dor na barriga das ideias. chove alucinação no meu dia de cão sem dono sob um céu poncã (de onde desaba uma rajada de suspiros que não são meus, eu juro). eu juro, não sou dona daqueles suspiros açucarados. saindo de mim, já não me pertencem mais. nem do que está dentro de mim sou dona. essas coisas se desgovernam por aí. e aquele ali me desencadeia fugas desgovernadas de uns suspiros meio cítricos (um sabor que me fascina tanto quanto queijo com goiabada). restam migalhas açucaradas nos meus dedos, nas mãos, no canto da boca. ele vem buscar.

Comentários

  1. Mais um ótimo texto. Gosto especialmente dos inícios com letras minúsculas... muitas vezes me acometo dessa pequena "mania". :)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas