peixe grande*

jogo meu astro

como isca pra você

pra você sair desse rio perdido

pra você parar de uma vez

de se fazer de desentendido

e mergulhar na minha onda


na onda sonora

te levo embora

te trago pra perto

te faço trilhares de poemas

te cubro de diárias surpresas

enormes ou pequenas

e, enfim,

te dou canção sem fim

com síncope à flor da pele

com charme de samba, jazz e bossa


e nada mais será igual

e nada mais será

tão normal que não valha a pena


(a gente vai dando passos

no princípio

com um pouco de embaraço

e de repente transcende)



*poema antiguinho, mais zodiacal que cinematográfico

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