nociva
e aí vem uma saudade cheia de naftalina, que até o tempo rejeita. insatisfeita,
perene de susto, esfumaçada na imagem de prédios, nas contraindicações dos
remédios. sou eu gritando, você surdo e um cheiro de chocolate memorizado (como
aquele cheiro de Natal que eu sinto às vezes em diversas épocas do ano). mais a
tua risada. mais a tua compreensão demais pra ser verdade. mais você tocando
oboé. é você lá e sou eu em segredo, embrulhada com papel de pão e medo. são
todas as coisas que eu diria, mas não disse.
ficou um murmúrio musical e eu aqui errando o tom, como quem tenta
entrar no pula-corda com a corda em movimento. mas naftalina é, dos males, o menor,
concluo. é bem melhor que mofar por dentro.
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