a olho nu

eu me lembro bem do dia em que recusei aquela cena de cinema: nós dois, um aeroporto, luar, estrelas e consequências. foi no último janeiro. na hora do convite, eu só pensava na partida e na falta de remédio, e dizia "não dá tempo, olha a hora". desculpa pra covardia eu arranjo bem. agora estou aqui, cavocando uma sobremesa numa praça de alimentação de supermercado, enquanto rola "à francesa", numa voz masculina. chega a ser engraçado. eu até riria, se fosse o caso. aí, sobrou a história sem clímax; tô sem ibope, supervalorizando o poder medicinal d'um doce safado de chocolate. e a trilha é bem outra, na verdade - do tipo daquele tango que eu tentei cantar no teu ouvido. eu te faço um convite e acordo desapropriada e convencida de que você não existiu. porque sonho é coisa pra quem não tem medo de céu sem teto. disfarço.



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