rumo

a palavra, que me era uma fuga, fugiu. descontou sua raiva pela utilidade egocêntrica com a qual eu lidava com ela. não teve consideração com a liberdade que ofereci. talvez ela tenha se cansado do meu amadorismo, do meu tom às vezes mexicanamente confessional. e eu, que nunca consultei oráculos e me agarrava a templos imaginários, fico agora sem chão. onde estão todos aqueles que eu convoquei em composições pseudo-literárias (mas que eu chamava de poemas, porque minha vontade era essa)? nessas horas não há quem chamar, porque nenhum daqueles serve. palavra muda também fala.

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