não, eu não sei nadar

ofereço-lhe as margens de um rio - como quem tem posse dele - e me afasto. não estará a salvo. a não ser que converta a covardia das palavras que fingia enquanto eu me encantava. quando me oferecer amor - desses de servir em xícara e de carregar em botões de astromélias -, eu me livrarei das rugas de interrogação na testa, fecharei os olhos (que é a prova mais inquestionável de entrega), dançarei em par (meu maior desafio), esquecerei sons de buzinas e de jingles de propaganda eleitoral, e irei propor que me ensine algo nesta vida, meu caro. deixe-me aprender coisas boas com você. as ruins eu já descartei, que tenho as minhas. a propósito, qualquer verdade me basta. é pra eu seguir. e veja ainda que eu posso, além das margens alheias, dar algo mais feliz e que possa estar nas suas mãos. 

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