Hidratar

É que não me sinto à vontade nestas festas em que todas as meninas têm os cabelos lisos, com luzes californianas (devem ter inventado um nome mais moderno praquilo, eu sei), e andam muito bem de salto (eu ando do meu jeito, sabe, despencando da nuvem). E aquela coisa que chamam de música eu não engulo. Todos se sacodem ouvindo aquela coisa. Eu, só por cinco minutos. Nestas horas, se beber deixar surda, eu bebo. Whisky. Mas eu prefiro mil vezes espevitar com samba ou flutuar com blues, com os ouvidos sublimes. Então, eu prefiro passear pela cidade, imaginando que posso encontrar aquele cara que se parece comigo,  hidratado com poesia etc. Pronto, não tem desespero agora. E enquanto imagino tudo assim, tem gente ao meu redor tomando café ou pesando petiscos do self service e se assustando com o valor marcado na comanda. É caro viver. Mas amar deixa mais leve; não custa nada e vale tanto.

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